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Morre a última vidente de Cimbres, no agreste pernambucano.

 

 

O teor das aparições de Cimbres da enfase ao tema da Mediação/Intercessão de Maria

Recife, 25 de Outubro de 2013 (Zenit.orgPe. Rafael Maria, osb | No domingo, dia 13 de Outubro de 2013, faleceu a última vidente, Irmã Adélia, das supostas aparições do Sítio Guarda, município de Cimbres, cidade de Pesqueira, no agreste pernambucano.

Irmã Adélia.

Irmã Adélia.

No nosso artigo, cf.  http://www.zenit.org/pt/articles/maria-e-a-graca, delineamos alguns aspectos teológico desta suposta aparição da Virgem Maria às duas protagonistas Maria da Luz Teixeira de Carvalho (Ir. Adélia) e Maria da Conceição († 1998). As duas jovens foram porta-vozes de mensagens até hoje desconhecidas e nunca aprofundadas pela Igreja, seja da diocese de onde elas pertenciam seja de um modo geral.

Em 1936 Nossa Senhora aparece a duas pobres meninas, tendo como intermediário dois sacerdotes alemães que de início foram investigar os fatos por mandato do bispo local. Foram eles, monsenhor José Kehrle († 1978), vigário geral da Diocese de Pesqueira na época e frei Estevão Rottiger,ofm († 1952), pároco de Alagoinhas, município vizinho. O primeiro sacerdote faleceu no dia em que se comemora a 1ª aparição no Sítio Guarda, 6 de Agosto.

Nossa Senhora ali no Sítio Guarda procurou enfatizar alguns aspectos da vida cristã, tais como a oração e a penitência, o matrimônio, a vida religiosa e sacerdotal, a devoção ao Coração de Jesus e a Ela (4 vezes), o valor da penitência e do sacrifício em prol da própria salvação e do mundo. Questões como a política também entram no mérito do interesse de Nossa Senhora, em particular o seu vigoroso apelo para se combater o Comunismo ateu que já havia entrado nos parâmetros da política brasileira nos anos trinta e que, vinte oito depois viria a ser o motor da Ditadura militar, onde promoveu vítimas, tal qual havia profetizado a Virgem Maria em Cimbres.

Por iniciativa da Virgem Maria, foi deixado no local das aparições uma «Fonte» como sinal de sua presença que, da rocha brota espontaneamente água e muitos, ao longo destes 77 anos se dizem curados.

Como era de se esperar existe na suposta mariofania de Cimbres a chamada “mensagem apocalíptica” onde se apresenta os castigos vindouros caso se persista no pecado, isto é, no afastamento de Deus e no desamor aos irmãos. Porém, toda a mensagem ali dada por Nossa Senhora, a centralidade, não é a desgraça, mas a Graça. Por cerca de dez vezes ela põe realce ao seu nome e ao que ele significa. Ela se diz chamar: Eu sou a graça (duas vezes)… Da graça (duas vezes)… Mãe da Divina Graça (oito vezes)… Medianeira de todas as graças (três vezes)… Medianeira de todas as graças também da última para a hora da nossa morte! (duas vezes) Quer ser invocada ali como Nossa Senhora das graças (duas vezes). Outros títulos não menos significativos e dão sentido aos anteriores: Mãe do céu (uma vez)… Mãe do nosso salvador (uma vez)… Mãe de [Jesus] Cristo (três vezes).

Estes títulos são conhecidos pela piedade mariana, mas nunca reclamados o direito pessoal em alguma aparição mariana. Ora, Nossa Senhora em Cimbres, parece sublinhar o que a própria Igreja celebrava desde 1921 com a instituição de uma festa litúrgica ao título de «Maria, Medianeira de todas as graças» e que ainda hoje é presente na liturgia na Coletânea de Missas de Nossa Senhora promulgado pelo papa João Paulo II no Ano mariano de 1987. O próprio Concílio Vaticano II afirma que: “Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação e que manteve inabalável junto à cruz, até à consumação eterna de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira. Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único mediador, que é Cristo” (Lumen Gentium, 62).

O teor das aparições de Cimbres dá enfase ao tema da Mediação/Intercessão de Maria. Tema controverso na Igreja, mas não impossível de se estudar e dialogar. É público e notório que a dois milênios, a eficácia da mediação/intercessão de Maria a favor do povo de Deus pertence ao património espiritual da Igreja. Embora se insista que tal temática não é biblicamente explicita, levemos em consideração que os Santos são nossos intercessores (cf. 1Cor 12,12.20s; Ap 5,8; Ex 32,11.14; 1Sm 7,8-10; Rm 15,30; Ef 6,18s; 1Ts 5,25; Hb 13,18; Tg 5,16). Temos comunhão com eles (cf. 1Cor 12,26s). Estão com Cristo no céu (cf. 2Cor 5,1-8; Fl 1,23s; Ap 4,4; 6,9; 7,9.14s; 14,1-4; 19,1-6; 20,4). Deus opera milagres por meio deles (cf. Ex 8,9-11,10; 1Rs 17-18; 2Rs 2,8.14.21; Mc 6,13; At 3,6; 5,15; 14,7; 19,11s; Tg 5,17). O que dizer então da Mãe do Senhor?

Com a morte da última vidente de Cimbres, Ir. Adélia e mesmo antes, se deu início a estudos que podem aclarar, informar melhor os fatos. Nas nossas pesquisas detectamos que as supostas aparições no Sítio Guarda é uma renovação e continuação de outras aparições de Maria reconhecidas pela Igreja, tais como: a Medalha Milagrosa, a Afonso Ratisbona, La Salette, Lourdes, Pellevoisin, Pontmain, Knock, Fátima e outras.

A Igreja celeste apela a Igreja terrestre sua plena participação e fidelidade ao Amor.

Enquanto a nossa infidelidade perdurar, o Amor será fiel e manifestará sua ação misericordiosa através do rosto materno de Deus: Maria.

* * *

Em junho, em artigo acerca das manifestações que então tomavam o Brasil, nosso caríssimo Padre Cristóvão se referiu a essas aparições:

Em 1936, aconteceu uma aparição de Nossa Senhora no Brasil, em Pernambuco, na cidade de Pesqueira, na vila de Cimbres, num lugarejo denominado Sítio da Guarda. A aparição, pouco conhecida, foi aprovada pela autoridade eclesiástica da época.
Ali, a Virgem disse a duas meninas: “Minhas filhas, virão tempos calamitosos para o Brasil! Dizei a todo o povo que se aproximam três grandes castigos, se não for feita muita penitência e oração”.
O sacerdote, depois, as interrogou durante uma aparição, na qual ele perguntava diretamente à Virgem (em latim e alemão, idiomas ignorados pelas videntes) e Ela respondia às crianças, que lhe transmitiam a resposta:
“- Que significa o sangue que corre das vossas mãos?”
“- O sangue que inundará o Brasil”.
“-Virá o comunismo a penetrar no Brasil?”
“- Sim”.
 “- Os padres e os bispos sofrerão muito?”
 “- Sim.”
“- Será como na Espanha?”
“- Quase”.
“- Quereis que se pregue sobre este assunto?”
“- Sim”.
Tempos depois, a Virgem voltou a aparecer a uma das videntes, dizendo-lhe: “Nunca mais me manifestarei aqui em Guarda e os três castigos não virão JÁ, porque o povo está melhor; mas é necessário ainda rezar muito e fazer penitência”.


 

Recife,  (Zenit.org) Pe. Rafael Maria, osb | 1084 visitas

 

Em 1936 na localidade do Sítio Guarda (Cimbres), município de Pesqueira, interior do estado de PE aconteceram algumas aparições da Virgem Maria a duas meninas. Tais mariofanias são desconhecidas por parte dos católicos brasileiros por motivos vários. Nestas supostas aparições, com o nosso olhar de especialista no campo mariológico, detectamos que parece possuir todas das características de veracidade, porém muito se deve estudar. Assinalamos alguns elementos importantes: o representante eclesial, isto é o pároco da época, em nome da Igreja local, procurou fazer um diálogo com a aparição e as videntes (analfabetas), utilizando estratégias que nunca foi realizada antes em uma mariofania. Ele dialogava em alemão e latim com a visão e as videntes respondiam em português. Outro feito extraordinário é a denominação que a aparição se atribui. Nossa Senhora diz as meninas: «EU SOU A GRAÇA», e deseja ser invocada com o título «DAS GRAÇAS» naquele local. Seria aqui uma imitação das aparições da Medalha Milagrosa? Diríamos: Não. Tudo revela algo novo, dinâmico e teológico. A Virgem Maria aparece com o menino Jesus nos braços e envolta em um nicho com colunas revestidas de pedras preciosas, segundo o relato das videntes.

O nome «Cimbres» de origem francesa que quer dizer: “armação para molde de madeira de arco ou abobada” (ou Cambota), isto é, um nicho? Condiz então com o modo como a Virgem aparece no Sítio Guarda, dentro de nicho.

Interessante é que Cimbres, nome da cidadezinha onde se localiza o Sítio Guarda é de origem portuguesa, onde existe uma cidade do mesmo nome com um santuário de Nossa Senhora da Graça (Sic!).

Um outro detalhe é que, no Brasil recém-descoberto, duas igrejas consideradas as mais antigas, foram dedicadas a Nossa Senhora da Graça: na Bahia datada de 1535 e o Seminário de Olinda de 1551. Portanto, as matrizes da devoção mariana no Brasil é GRAÇA?

Entre as aparições de Paris e as de Cimbres existe diferenças singulares. Lá em Paris, Maria aparece de mãos estendidas, disponível a distribuir graças, aqui no entanto ela tem o menino Jesus nos braços que é a GRAÇA por excelência. É Dele que Maria alcança tudo para nós.

 O que nos interessa aqui é fazer um estudo teológico para se compreender um título tão inusitado que a Virgem maria se atribui no Sítio Guarda: «Eu sou a Graça».

Como sabemos, é salutar sempre uma formação adequada e continuada quando se fala da Virgem Maria, pois em torno a mesma surgem equívocos devocionais que desvirtuam, seja o culto mariano seja a doutrina. Para isto temos que voltar a dois mil anos do início do cristianismo, à Bíblia. O fundamento bíblico que atesta o que Maria é se pode tomar de Lc 1,26 na saudação angélica, onde o anjo saúda a Virgem com um novo nome «kaire kekarithoméne» (Regozija-te Agraciada). O anjo substitui o nome próprio de “Maria” com um outro, «Agraciada/Graça». Dai por diante, ela será chamada «Graça». Maria é a “graça criada” com uma finalidade específica nos planos de Deus, sendo assim instrumento ativo na obra da salvação (cf. Lumen Gentium 56), quando gera e dá a luz “o Filho do Altíssimo” (cf. Lc 1,35). Maria, é “graça criada” e não a “graça incriada”, pois a graça incriada é Deus mesmo. Estejamos sempre atentos a esta diferença!!!

A saudação angélica é uma programação de vida para Maria que não tem origem naquele momento, mas já existia na eternidade de Deus.

Como vimos acima, o nome da Virgem de Nazaré será de hoje em diante «Graça/Imaculada». É como se uma senhora se apresentasse e lhe perguntasse seu nome. “Como se chama, senhora?” E ela me responderia aquilo que é, “Eu sou a Graça” ou, “eu sou a Antônia” ou, “eu sou a Rosalva”, etc. Portanto, o título que o anjo Gabriel dá à Virgem de Nazaré, revela o que é, e o que faz, distribuir/interceder aquilo que recebeu de Deus, a Graça ou as Graças, em uma só palavra: Jesus Cristo. A nossa reflexão até aqui não é suficiente, se faz necessário algo mais: a força da Palavra de Deus. Ora, tal função de intercessora e distribuidora das graças do Senhor, é um eco do que encontramos na 1Pd 4,10: “Cada um viva segundo a graça recebida, colocando-a ao serviço dos outros, como bons administradores de uma multiforme graça de Deus”.

A natureza humana de Maria, cumulada pela Graça de Deus, não exerce uma função para si mas para o serviço e crescimento da Igreja, como nos indica Mt 10,8: “Gratuitamente recebestes, gratuitamente dai”. Com esta gratuidade, buscamos ainda com o testemunho da Palavra divina o que nas atitudes de Maria nos revelam o mistério do seu serviço a favor da humanidade. Na sua visita a Isabel (cf. Lc 1,39-56), onde cumulada pela Graça/Espírito Santo, vai distribui-la a sua parente necessitada e Lucas afirma depois da saudação de Maria a Isabel, «…Isabel ficou repleta do Espirito Santo» (Lc 1,39-41). A continuidade deste serviço no amor é nas Bodas de Caná que Maria mais uma vez revela o seu papel de “Agraciada/Intercessora”, consola os necessitados da festa do Esposo/Jesus (cf. Jo 2,1-11), colaborando assim no aumento da fé no Senhor (cf. Jo 2,11).

Aprendamos com Maria a distribuir as graças que recebemos!

Pe. Rafael Maria é diplomado para "Postulação para beatificação e canonização” pela Congregação para Causa dos Santos (Cidade do Vaticano) e doutor em Mariologia pela Pontifícia Faculdade Teológica «MARIANUM» (Roma).  Leciona atualmente um «Curso de Mariologia» via internet, cf. www.cursoscatolicos.com.br

 

UM SANTUÁRIO QUE NÃO FOI CUIDADO...

 

 

Desprezo para com o Santuário de Nossa Senhora das Graças. Fotos tiradas no dia 29/07/2011

 
 
Em visita que fizemos ao Santuário de Nossa Senhora das Graças, no sítio Guarda em Pesqueira/PE, o Delegado Deputado Federal Protógenes Queiroz, o Delegado Federal Augusto Simões e eu (Rodrigo Henrique Medeiros). Vimos um cenário bastante preocupante, em um lugar que deveria ser cuidado com  maior zelo, se encontra num total abandono por parte da administração pública municipal de Pesqueira. Muita sujeira, Via Sacra danificada; o ferro do corrimão faltando pedaço; o lixo; a falta de cuidado com a pintura; a capela da Santa com sua estrutura metálica exposta ao tempo e a ferrugem.
Observe o estado em que se encontra o corremão que dá acesso à escadaria.

                                      Olhem o desprezo!
                    Placas sem pintura, sem indicação para os visitantes. Descaso total.

                               Azulejos quebrados nas passagens da Via Sacra. Via Sacra com rachaduras e pequena vegetação nascendo nas suas fissuras.

                                    Abandono total.

  As  Mãos Postas. Momento de oração. Vejam que quebraram essa escultura. É a falta de segurança no local.                                        Placa mal posicionada.

                                 Pedaço de cerâmica da Via Sacra jogado.
  As crianças do sítio Guardas contando a história da Aparição de Nossa Senhora das Graças. Temos que preservar essa cultura religiosa.

  A gruta, local onde a Santa apareceu. Atentem para a falta de limpeza e pintura de um lugar tão bonito e Santo.
  A armação estrutural de proteção à Santa se decompondo por falta de recuperação estrutural. Oh, Virgem Maria, que desrespeito para com a Senhora!

  Jovens ideários orando aos pés de Nossa Senhora das Graças. Eles creem na redenção.                      O local de genuflexão deveria estar limpo e pintado.
  Delegado e Deputado Federal Protógenes Queiróz passando água da Santa na cabeça e no seu rosto. Após oração. Local que deveria está bem cuidado, sem lodo no pé da fonte.

 
O local do sinal da presença que a Santa deixou para nós. A água milagrosa que brota da rocha.
 
Dona Terezinha, moradora do sítio Guarda, mulher de muita fé na Santa, que voluntariamente coloca pessoas para limpar o santuário com recursos próprios. E nos informou que a festa da Santa será no final de agosto do corrente ano.

  Nossa  Senhora das Graças, nós vos pedimos proteção e sabedoria para superarmos os obstáculos de nossas vidas.

                                                      Amém!

do blog - http://defendendopesqueira.blogspot.com.br/2011/08/desprezo-para-com-o-santuario-de-nossa.html